segunda-feira, 14 de setembro de 2009






No workshop sobre Afetividade e Sexualidade realizado na tarde domingo (06/set) durante o V Encontro Estadual de Jovens, os jovens Henrique, Tiago e Sandrina, membros do núcleo do Ministério Jovem de Goiás, trataram o tema “A beleza fascinante da castidade” mostrando aos jovens os grandes desafios e maravilhas de se viver esse fruto do Espírito Santo.


Quando perguntamos qual a definição para castidade, obtemos muitas opiniões: sexo só depois do casamento, fidelidade, abster-se de relações sexuais, enfim, associamos sempre ao sexo. Mas nem é só isso. A castidade vai além de sexo.


Essência do homem


Para bem entender a razão para se viver castamente, foi colocada para os jovens a necessidade de se compreender a sua essência. Devemos responder a perguntas como:


Quem é Deus? Deus é amor.


Quem somos nós? Somos imagem e semelhança de Deus.


Logo, somos amor e temos que amar. O problema é que às vezes nos esquecemos disso ou não compreendemos esta verdade. Deus, no seu infinito amor, nos fez como maior obra de sua criação. Então, se somos amor e fomos criados para amar, por que tanta dificuldade para isto?
Devido ao pecado que entrou na vida do homem, o orgulho, fraturando seu interior. Onde tinha equilíbrio, o pecado deixou desequilíbrio. Mas para resolver esse problema, Deus enviou seu filho amado, Jesus, para restaurar essa fratura no interior do homem, devolvendo-o sua essência. Podemos experimentar isto quando estamos íntimos do Espírito Santo, ele traz de volta o que é a

nossa essência.


Quando nos esquecemos quem somos, de quem somos, acreditamos em tudo o que dizem a nosso respeito, nos deixamos levar pelos outros e não pela luz do Espírito Santo.


Castidade: pleno domínio de si


Essa é a melhor definição. Muitas pessoas têm uma imagem errada de castidade, associado-a NÃO: não a sexo, não ao prazer, não a diversão; enquanto castidade quer dizer SIM. Primeiro você diz sim ao plano de Deus, então você vive a castidade como uma resposta a este sim e, consequentemente, diz não a tudo que é oposto a Ele. Castidade é liberdade de escolha. Você escolhe o que convém a Deus, não deixando se levar por seus egoísmos, vontades e impulsos.


Frutos da castidade


A castidade, quando vivida, gera frutos como: serenidade; temperança; amor a Deus; alegria; visão pura; vigor para coisas úteis como visitar um doente, estudar, praticar esportes; amadurecimento da personalidade; respeito; esforço em fazer o outro feliz; boa superação de problemas ou dificuldades; etc.
Meios
A castidade é dom, depende do amor de Deus; se torna uma virtude quando temos o propósito de vivê-la.
Ter vida de oração pessoal, ter vida comunitária, ter convicção, ter disciplina (ascese), buscar os sacramentos, principalmente eucaristia e confissão, praticar atividades físicas, entre outros, são meios que ajudam na vivência da castidade.


Sexo


O sexo (desejo sexual) foi colocado por Deus, portanto em si não é pecado. O pecado está na forma e na hora que é feito. Viver com sexo desregrado, como quiser, com quem quiser, não leva a realização da finalidade com o qual foi criado: procriação e união. O sexo diz respeito a capacidade de amar e procriar, criando vínculos de comunhão com os outros. O amor conjugal entre homem e mulher atende a esta dupla exigência: fidelidade e fecundidade.
O mundo hoje é bombardeado diariamente com ideias para se viver a seu bem prazer. Vende uma vida de ilusão onde ninguém precisa ter responsabilidade com ninguém. Não podemos nos enganar. Rezar para que, à luz do Espírito Santo, tomemos a decisão correta. Devemos lutar pelo projeto de Deus. A felicidade plena só será alcançada quando fizermos a vontade de Deus.


Márcia Santos. Mcs Goiás

quinta-feira, 5 de março de 2009

Harmonia Sexual




O bom relacionamento sexual na vida do casal é de fundamental
importância para a sua harmonia.

A primeira necessidade é conhecer o sentido da vida sexual no plano de
Deus. O sexo tem duas dimensões na vida conjugal: unitiva e procriativa.

A dimensão unitiva significa que o sexo é um meio de unidade do casal.
Mais do que nunca é no relacionamento sexual que eles se tornam
uma só carne . São Paulo lembra aoscoríntios o perigo do pecado
da fornicação, exatamente porque, como diz, aquele que se ajunta a
uma prostituta se torna um só corpo com ela.

Está escrito: Os dois serão uma só carne (Gen 2,24).

O ato sexual, para o casal, é a mais intensa manifestação do seu amor;
é a celebração do amor no nível afetivo e sensitivo. Portanto, não pode
haver sexo sem profundo amor. Ele só pode ser vivido no casamento,
porque só no casamento existe um compromisso de vida para toda a vida,
e a responsabilidade de assumir as suas consequências, especialmente os filhos.

O que faz do sexo algo perigoso e desordenado, é exatamente o seu uso fora
de uma realidade de manifestação de amor. Se tirarmos o amor, o sexo se
transforma em mera prostituição: sexo sem amor, sem compromisso.
Aquele que usa da prostituta não tem responsabilidade sobre ela;
não importa se amanhã ela estará doente, desempregada, passando fome,
ou morrendo de AIDS. Foi apenas um instrumento de prazer,
que foi alugado por alguns instantes. É o grande desvirtuamento
de uma das realidades mais lindas criadas por Deus.

Se ao criar todas as coisas, ´Deus viu que tudo era bom´(Gen 1,10),
também o sexo, já que foi feito com a bela finalidade de gerar a vida
e unir os esposos. Se ele fosse sujo, em si mesmo, a criança não poderia
ser tão bela e inocente. Nossos filhos vieram ao mundo porque tivemos
relações sexuais. Deus, na Sua sabedoria, quis assim; quis que no auge
da celebração do amor do casal, o filho fosse gerado, para que este não
fosse apenas ´carne da carne dos pais´, mas ´amor do seu amor´.

A Igreja sempre viu com olhos claros esta realidade. São Paulo,
há vinte séculos já dava orientação segura aos fiéis de Corinto, sobre isto:

O marido cumpra o seu dever para com a sua esposa e da mesma
forma também a esposa o cumpra para com o marido. A mulher
não pode dispor de seu corpo: ele pertence a seu marido. E da mesma
forma o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa.
Não vos recuseis um ao outro, a não ser de comum acordo, por algum tempo,
para vos aplicardes à oração; e depois retornais um para o outro, para que
não vos tente Satanás por vossa incontinência´ (1 Cor 7, 3´5).

Com essas orientações o Apóstolo mostra a legitimidade da vida sexual
no casamento, e até pede que os casais não se abstenham dela por
muito tempo. ´Não vos recuseis um ao outro´, ele diz ; e pede que
cada um ´cumpra o seu dever´ para com o outro.

Como não ver nestas palavras do Apóstolo, um pedido aos cônjuges,
para que satisfaçam as legítimas aspirações do outro? É claro que a luz
a guiar esterelacionamento há de ser sempre o amor e nunca o egoísmo,
haverá épocasna vida do casal, que a relação sexual será impossível,
quando a esposa está grávida, já próximo de dar à luz, após o parto,
quando passa por uma cirurgia, etc. Nessas ocasiões, e em muitas outras,
por bom senso, mas também por caridade para com a esposa, o esposo há
de respeitá-la.

Lembro´me de que quando a minha esposa ficou grávida de nosso
terceiro filho, logo no início da gravidez teve uma ameaça de aborto.
A primeira coisa que o médico nos mandou foi suspender as relações sexuais
de imediato; e isto foi durante toda a gravidez. Só por amor, e com a
graça de Deus que o casal recebe pelo sacramento do matrimônio,
é possível superar isto. São as exigências do amor.

O fato do sexo ser legítimo no
casamento, e só no casamento, não quer dizer que nele vale tudo como se diz.
Não somos animais irracionais; aliás, nem os animais irracionais fazem
estrepolias em termos de sexo. Ao contrário, são extremamente naturais.

A moral católica se rege pela ´lei natural´, que Deus colocou no mundo e
no coração do homem. Aquilo que não está de acordo com a natureza,
não está de acordo com a moral. Será que, por exemplo, o sexo oral ou
anal estão de acordo com a natureza? Certamente não.

O Catecismo da Igreja nos ensina o seguinte:

Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente são
honestos e dignos. Quando realizados de maneira verdadeiramente
humana, testemunham e desenvolvem a mútua doação pela qual
os esposos se enriquecem com o coração alegre e agradecido´
(CIC, 2362; GS, 49).

Em discurso proferido em 29/10/1951, o Papa Pio XII disse palavras
esclarecedoras sobre a vida sexual dos casais:

O próprio Criador... estabeleceu que nesta função (i.é, de
geração) os esposos sentissem prazer e satisfação do corpo e do espírito.
Portanto, os esposos não fazem nada de mal em procurar este prazer e
em gozá´lo.

Eles aceitam o que o Criador lhes destinou. Contudo, os esposos devem saber
manter´se nos limites de uma moderação justa´ (CIC, 2362).

Tenho ouvido esposas que se queixam dos maridos que as obrigam a fazer o
que elas não querem e não aceitam no ato sexual. Neste caso, será uma
violência obrigá´las a isto.

Aquilo que cada um aceita, dentro das características psicológicas de cada um,
não sendo uma violência à lei natural, pode ser vivido com liberdade pelo casal.

É legítimo que o esposo prepare a esposa para que haja o que se chama
harmonia sexual; isto é, ambos atingirem juntos o orgasmo. O esposo deve
se guiar exatamente pela orientação da esposa, que saberá mostrar´lhe
naturalmente o que ela precisa para chegar ao orgasmo com ele.

Não é fácil muitas vezes o
ajustamento sexual do casal; e às vezes leva´se anos para que ele aconteça.

Também aí há de haver a paciência e a bondade de um para com o outro, para
ajudá´lo a superar as suas dificuldades. Já acompanhei casais que levaram meses
para conseguir realizar a primeira relação sexual. As vezes, os condicionamentos
do passado, especialmente para a mulher, geram essas situações. Aí então, mais
do que nunca, é preciso fé, paciência e oração. Mas tudo se resolve, se houver
esses ingredientes.

Em tudo o homem é diferente da mulher; Deus nos fez
assim, exatamente para que pudéssemos, ricamente, nos complementar e
enriquecer mutuamente. Também no sexo somos diferentes. O homem é
muito mais ativo.

Normalmente é ele que procura a mulher.
Alguém disse que em termos de
sexo o homem é como um fogão a gás, enquanto a mulher é como um
fogão a lenha. É fácil e rápido acender um fogão a gás; basta ter gás e uma centelha.
Mas não é tão fácil acender um fogão a lenha. É preciso começar pondo fogo
nos pequenos gravetos, lentamente, até que o fogo se acenda. É assim a natureza
sexual da mulher.

Ao preparar a esposa para o ato sexual, no que se chama de
prelúdio, ele deve ser mestre. Deve fazê´lo com a mesma maestria que as nossas
avós acendiam todos os dias o fogão a lenha. Se houver pressa ou imperícia, ou
negligência, o fogo não acende. Está entendendo?
Isto tudo também é
amor.

Certa vez li um livro escrito por um casal de psicólogos
americanos, que trabalhou muitos anos com terapia conjugal, o casal Bird. Entre
muitas outras coisas interessantes, eles afirmavam que nos Estados Unidos, a
maioria das mulheres não tinha satisfação na vida sexual e, muitas vezes, iam
aos consultórios dos psiquiatras dizer que eram doentes, etc. Na verdade, não se
tratava de mulheres doentes, mas de esposas que não chegaram ao ajustamento
conjugal, porque não tiveram certamente a cooperação adequada dos maridos.
É uma questão de educação sexual.

Uma coisa que os homens precisam compreender
muito bem é que a mulher tem muito menos necessidade sexual do que o
homem; e, como disse João Mohana, ela oferece sexo para receber amor,
enquanto o homem oferece amor para receber sexo. Para a mulher, o
que conta é o amor; o romance, as palavras doces... e muitas vezes os homens
não entendem isto.

Para conseguir chegar ao orgasmo, a mulher precisa ser verdadeiramente
amada, respeitada, valorizada, protegida, etc, pelo seu esposo; mais do que
entregar´lhe o corpo, ela tem que entregar´lhe o coração. O ato sexual
para ela não começa na cama, mas no café da manhã, no beijo da despedida
quando ele sai para o serviço, no telefonema que ele deu durante o dia, naquela
rosa, etc.

Há marido que ofende a esposa o dia todo, e durante a noite quer ter uma
doce relação com ela; ora , isto é impossível. Não se esqueça que o sexo é
manifestação de amor. Como manifestar o amor, se ele não existe? Como
unir bem os corpos se os corações não estão unidos?
Ao falar da sexualidade no casamento, o Catecismo afirma exatamente isto:

A sexualidade, mediante a qual o homem e a mulher se doam um ao outro com
os atos próprios e exclusivos dos esposos, não é em absoluto algo puramente
biológico, mas diz respeito ao núcleo íntimo da pessoa humana como tal.
Ela só se realiza de maneira verdadeiramente humana se for parte integral do
amor com o qual homem e mulher se empenham totalmente um para com o
outro até a morte.´ (CIC, 2361; FC,11).

Há esposo que não se preocupa com a satisfação da esposa no ato
conjugal; e, uma vez satisfeito, vira para o lado e dorme. Muitas vezes esta
situação vai ficando insuportável para a esposa; e esta, tantas vezes, começa a
se negar ao ato sexual. Com mil desculpas começa a dizer ´hoje não, estou
cansada, tenho dor de cabeça´, etc. Já ouvi muitas mulheres dizerem que não
suportavam mais ´aquilo´... Quando esta situação se agrava, para muitos
maridos, surge a tentação de procurar a satisfação fora de casa; e aí tudo
começa a se complicar.

Portanto, marido e mulher precisam se esforçar, fazendo cada
um o que é necessário para que o casal atinja a harmonia sexual desejada e
necessária. De um lado o marido precisa se satisfazer com a própria esposa,
até mesmo para superar as tentações e seduções do mundo. De outro lado,
ele precisa ajudá´la a superar as dificuldades apresentadas acima, afim de
que a vida sexual não se torne um tormento para ela.

Especialmente no nosso mundo de hoje, cheio de sexo explícito a infernizar
a vida dos homens, a esposa não pode se negar ao ato sexual, sem razões.
Por causa disso, muitos maridos acabaram nos braços de outras mulheres.

Certa vez um esposo me disse que tinha perdido a atração sexual por
sua esposa, e estava angustiado. Perguntei´lhe se sentia atração pelas
outras mulheres. A resposta foi rápida: ´ah, sim!´ Então foi fácil dar´lhe
a receita que precisava; disse´lhe: ´deixe de olhar para as
outras mulheres, em quaisquer situações, e a atração pela sua esposa
voltará naturalmente´. Também aqui, a fidelidade conjugal é
garantia de felicidade no casamento.

Se nós homens nos policiarmos, e não nos permitirmos, de
forma alguma, olhar as outras mulheres com desejos, nem assistir
filmes pornográficos, e coisas parecidas, então, nos bastará a satisfação
legítima do
ato conjugal com nossas esposas. Infelizmente muitos maridos se
permitem entrar no mundo das fantasias perigosas e proibidas,
e depois não querem mais saber das suas esposas. Onde está o
compromisso do matrimônio? Onde está o amor à família?

Onde está a maturidade? Não se esqueça que quem brinca
com fogo acaba se queimando; e que é a ocasião que muitas
vezes faz o ladrão. Sabemos que ´aquilo que os olhos não vêem,
o coração não sente.

Vigiai e orai, porque o espírito é forte, mas a carne é fraca.

Para impedir o adultério, de fato, é preciso impedir antes o
adultério de coração. Todo aquele que lançar um olhar de cobiça
para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração´ (Mt 5,28).

Se os homens não cometessem esse pecado, não perderiam a
atração por suas próprias esposas.
O Apóstolo nos lembra a seriedade do matrimônio:
Vós todos considerai o matrimônio com respeito, e conservai
o leito conjugal imaculado, porque Deus julgará os impuros e
os adúlteros (Hb 13,4).

Gostaria aqui de dizer uma palavra aos jovens que se preparam
para o casamento. A Igreja, com a sua sabedoria divina, e com sua
bondade de mãe, nos ensina que o sexo só deve ser vivido no casamento,
porque somente alí ele é verdadeiramente um instrumento do amor e
da procriação, de maneira séria e responsável.

É claro que viver isto, é para o jovem muito difícil nos
dias atuais, onde o sexo é comercializado de inúmeras formas,
e oferecido de mil maneiras absurdas. No entanto, mais do que nunca hoje,
com a força da graça de

Deus, é preciso viver a castidade e a virgindade, pois esta será a melhor
maneira de você se preparar, como Deus quer, para o seu casamento.
Este é o grande desafio para o jovem cristão hoje. O poeta Paul Claudel
disse certa vez que: a juventude não foi feita para o prazer, mas para o desafio.

Um jovem que se preparou para o casamento, guardando a
castidade e a virgindade, preparou se para ser fiel ao outro no casamento.
E será abençoado por Deus, porque cumpriu a Sua santa vontade.
É hoje um desafio, um santo e heróico desafio, que Deus oferece
àqueles que forem dignos do nome de cristãos. Ainda que os amigos
não entendam, ainda que o namorado te abandone, vale a pena
guardar o seu corpo, que é templo do Espírito Santo, para viver
o sexo somente no casamento, segundo o plano de Deus.
Ninguém é mais feliz do que aquele que
faz a vontade de Deus e obedece Suas Leis.

Jovem que lê estas páginas,
se você quiser construir um belo lar, então comece a construir
você em primeiro lugar. E construir´se é, antes de tudo, dominar´se,
controlar as paixões desordenadas que guerreiam em nossos membros.
Elas podem ser dominadas com o auxílio da graça de Deus.
Mais do que ninguém, o grande Agostinho viveu isto e pôde nos ensinar
que: ´o que é impossível à natureza, é possível à graça de Deus.

Por isso, aproxime se de Deus e da sua graça. Receba regularmente
os sacramentos, reze o Rosário da Mãe da pureza, encontre se
frequentemente com Jesus na Eucaristia, pois Ele é o Remédio e o
Sustento da nossa alma. E você vencerá. Sua família será bela e seus
filhos serão felizes ao seu lado. A luta mais gloriosa que já travei na
minha vida toda foi esta: guardar a castidade até
o casamento; não foi fácil; foi preciso muita convicção, fé, orações, e até
lágrimas, mas tudo compensou. Colho hoje a alegria nos filhos.

Fora do casamento o sexo só traz problemas e misérias: doenças venéreas,
abortos, crimes sexuais, filhos abandonados, órfãos de pais vivos, mães e
pais solteiros, milhões de jovens adolescentes grávidas e sem a mínima
condição de criarem os seus filhos...O que serão dessas crianças mais
tarde? Drogados? Assassinos?

Ladrões?... Tudo pode acontecer com uma criança que é criada sem receber a
educação dos pais.

Podemos dizer, sem medo de errar, que a miséria de
nossa sociedade tem o seu fundamento na sua miséria moral.
Porque ela abandona a lei de Deus, pagando por isso um preço incomensurável.

Medite nessas palavras, e viva as:
Felizes os que temem o Senhor,
Os que andam em seus caminhos.
Poderás viver, então, do trabalho de suas mãos,
Serás feliz e terás bem estar.
Tua mulher será em teu lar
Como uma vinha fecunda.
Teus filhos em torno à tua mesa serão
Como brotos de oliveira.
Assim será abençoado aquele Que
teme o Senhor´ (Sl 127,14).

Aqueles que cumprem a Lei de Deus, são verdadeiramente felizes e
constroem famílias fortes. Vejamos o que Deus disse a
Moisés sobre a felicidade que acompanha os que vivem os
Seus mandamentos:

Se obedeceres fielmente à voz do Senhor, teu Deus, praticando
cuidadosamente todos os seus mandamentos que hoje te prescrevo,
o Senhor, teu Deus, elevar te á acima de todas as nações da terra.

Estas são as bênçãos que virão sobre ti, e te tocarão se obedeceres a
voz do Senhor, teu Deus. Serás bendito na cidade e bendito nos campos.
Será bendito o fruto de tuas
entranhas, o fruto de teu solo, o fruto de teu gado, as crias de tuas
vacas e de tuas ovelhas; benditas serão a tua cesta e a tua amassadeira.
Serás bendito quando entrares e bendito quando saires. O Senhor
expulsará diante de ti todos os inimigos que te atacarem...

O Senhor mandará que a benção esteja
contigo, em teus celeiros e em tuas obras, e te abençoará na terra
que há de dar o Senhor teu Deus. O Senhor te confirmará como um
povo consagrado a Ele, como te jurou, contanto que observes suas
ordens e andes pelos seus caminhos. (Deut. 28,1´14)

Esta é a grande felicidade que Deus promete a todos aqueles que
são fiéis aos seus ensinamentos, guardados e ensinados pela Igreja,
por mandato de Cristo.

Do livro ´ FAMÍLIA, SANTUÁRIO DA VIDA´ ´
Prof. Felipe Aquino
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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Santidade e Namoro

















Os jovens tem muitas dúvidas a respeito do namoro, por exemplo: qual a idade certa para começar a namorar? Para essa pergunta poderiam surgir varias respostas, já que os jovens estão começando a namorar cada vez mais cedo, talvez pelo incentivo da mídia ou por cobrança dos amigos .
Mas a verdade é que não existe idade certa para namorar, o importante é saber o porque você deseja namorar. Um namoro, de forma alguma, pode ser um mero passa tempo ou uma "aventura" ou porque você não quer ficar sozinho, mas tem que ser um tempo de conhecimento.

Um jovem só está pronto para o namoro quando ele começa a pensar em casamento. Isso mesmo! Em casamento! Mesmo que ele esteja longe. Nada tem sentido sem uma meta.
E, quando falamos em conhecimento, nos referimos ao descobrimento dos sentimentos de um pelo outro e não o conhecimento físico, pois o namoro não é lugar de viver uma vida sexual.

Devemos saber jovem, que o ato sexual é algo belo e criado por Deus, para ser vivido exclusivamente no casamento, entenda o sexo não é pecado, mas, se for realizado fora ou antes do casamento se torna pecado.

E ainda o sexo imaturo traz várias conseqüências como: gravidez indesejada, um possível aborto, risco de contrair doenças, fora o trauma que pode acompanhar tanto a mulher como o homem para a vida toda.

No namoro não existe ainda um compromisso “até que a morte os separe” é por isso que o sexo não pode ser vivido no namoro nem no noivado. Se você apanhar e comer uma fruta ainda verde, ela vai fazer mal a você, e se estragará. Se você viver a vida sexual antes do casamento, você só terá problemas e não alegrias.

São Paulo nos ensina: “a mulher não pode dispor de seu corpo: ele pertence a seu marido. E também o marido não pode dispor de seu corpo ele pertence a sua esposa”. (1 cor 7,4) Paulo não diz que o corpo da namorada pertence ao namorado e nem que o corpo do noivo pertence a noiva a união sexual só tem sentido dentro do casamento.

Eu e minha esposa, vivenciamos isso com muita alegria, namoramos durante 3 anos e nos casamos, sofremos muito e confesso que foi difícil, mas Deus nos deu a graça de lutar e principalmente de se levantar em cada queda. e o que nos dava mais força era a oração, a consagração que fizemos a sagrada família e principalmente a eucaristia. Sem isso, jovem, é impossível de viver um namoro santo, Hoje estamos casados à 4 anos e 3 meses e estamos experimentando toda a alegria que Deus preparou para nós. E proclamamos:

É POSSÍVEL VIVER A CASTIDADE NO NAMORO MESMO COM TODO O MUNDO DIZENDO O CONTRÁRIO E COM VALORES TOTALMENTE OPOSTOS DA VONTADE DE DEUS.

Lembre-se, você é amado por Deus e tem grande valor, e hoje Ele te convida a viver segundo a Sua vontade, sendo santo como Ele é.


Henrique Dias

Fonte. http://www.cleofas.com.br/

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009


FICAR É PECADO? POR QUE? QUAIS SUAS CONSEQUENCIAS?

Henrique Dias

Primeiramente vamos entender o que é “ficar”. Ficar é uma gíria brasileira que designa uma relação afetiva sem compromisso, que normalmente tem natureza efêmera. É um namoro "relâmpago"; diferencia-se de namorar porque o namoro envolve um compromisso (que comumente envolve fidelidade) e ao menos teoricamente, tem como característica a durabilidade (pelo menos de meses), enquanto que o ficar (ou a ficada) acontece por minutos ou horas. De modo que o(a) garoto(a) possa ficar com quem quiser depois, e não precisa sentir ciúmes se ve-la(o) com outro(a), nem ligar no dia seguinte. Normalmente é só um beijo.

Ficar é pecado por dois motivos: em primeiro lugar, eu começo a “coisificar as pessoas, elas não passam de objeto para eu satisfazer minhas vontades, ou seja, to afim de beijar alguem, mais não quero ter compromisso, não quero saber se tem problemas, se a pessoa está passando por alguma dificudade, o importante é o quanto beija bem.

È como uma laranja que chupo e jogo o bagaço fora, como se eu pudesse separar a boca do resto da pessoa, e esquecemos que somos seres compostos de corpo e alma, é um conjunto inseparável criado a imagem e semelhança de Deus.

E em segundo lugar, o “ficar” é um grande propagador de doenças, atualmente nossa sociedade incorporou o hábito de "ficar", no qual pode-se beijar várias pessoas, geralmente desconhecidas, em uma mesma balada. Porém, o hábito do beijo na boca, visto por muitos como algo inofensivo, trás o perigo da transmissão de várias doenças, inclusive as sexualmente transmissíveis.

A gengivite, por exemplo, é uma infecção bacteriana que teve sua incidência aumentada nos últimos anos, provavelmente em decorrência do hábito de “ficar”. De acordo com um estudo publicado em fevereiro de 2006 no British Medical Journal, beijar na boca várias pessoas aumenta em quatro vezes o risco de adolescentes contraírem meningite, uma infecção cerebral potencialmente fatal. Já a bactéria causadora da temida cárie dental, streptococcus mutans, também pode ser transmitida pelo beijo na boca.

Além das bactérias, o beijo também pode transmitir vírus causadores de doenças. Uma dessas doenças, a mononucleose, recebeu como nome popular "doença do beijo". Mononucleose é causada pelo vírus Epstein-Barr (VEB) e, depois de um período de incubação de 30 a 45 dias, a pessoa pode permanecer com vírus para sempre no organismo. Mononocleose pode ser uma doença assintomática, ou apresentar sintomas que incluem: fadiga, dor de garganta, tosse, inchaço dos gânglios, perda de apetite, inflamação do fígado e hipertrofia do baço. Outra doença por vírus mais conhecida, e também transmitida pelo beijo, é o herpes labial. Essa doença é provocada pelo vírus herpes simplex e pode causar bolhas e feridas nos lábios e pele ao redor da boca.
As temidas doenças sexualmente transmissíveis (DST) também podem ser contraídas pelo beijo. O Departamento de Saúde dos EUA considera que pode haver risco, apesar de muito pequeno, de transmissão do vírus HIV, causador da doenças da AIDS, através do beijo da boca caso existam feridas ou sangramento na boca. O risco de transmissão do HIV através do beijo na boca teoricamente é maior em pessoas com body-piercing na língua ou lábios. Um beijo mais ardente poderia provocar sangramento na região do body-piercing, havendo o risco de infecção do vírus HIV se o sangue entrar em contato com uma lesão bucal ou corte. Outras DST também transmissíveis pelo beijo incluem sífilis e gonorréia

Então nunca nos esqueçamos o que diz São Paulo em 1 Cor. 06:19: Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?.
Somos de Deus e viemos de Deus, e conforme disse Santo Agostinho Nossa alma não descansa enquanto não repousar em Deus.

Paz e bem

Fonte
copacabanarunners.net
wikipedia.org
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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Afetividade feminina hoje: feridas mal resolvidas



Eu não sei o que tem acontecido conosco, jovens católicas. Estamos passando por uma carência afetiva fora do que é normal no ser humano. Está acontecendo uma onda turbulenta de sentimentos mal resolvidos e de feridas mal cicatrizadas entre as meninas que, onde ando, recebo testemunhos de meninas que estão muito carentes, mas que continuam afirmando algo que não vivem.


E isso tem refletido nos inúmeros namoros e casamentos à beira da ruína e recheados de pecado, que impedem nossos irmãos e irmãs de serem sal e luz nas suas realidades. E por que a mulher?

O ser humano tem uma forte inclinação ao comodismo, afinal de contas, temos tantas facilidades em nossas vidas, que acabamos por nos acostumar a uma vida sem lutas. Se tivéssemos vivido nos anos 70 ou 80 nossa juventude talvez essa situação fosse um pouco diferente por causa do contexto histórico de lutas, dentre outras coisas, pela abertura política.

Diferente daquela geração, hoje nós temos liberdade para dizermos o que pensamos o que sentimos o que aprovamos ou não. Contudo, não usamos disso para a construção do Reino e para nossa santificação. Deixamos nos atingir pelo bombardeio de informações promíscuas dos meios de comunicação, não questionamos o que nos é oferecido e acabamos colocando em risco nossa castidade. E pra mulher é um pouco mais difícil. Por quê?

A mulher é muito mais vulnerável: Ela tem menos neurônios. Isso mesmo. Alguns bilhões a menos comprovados cientificamente. MAS, homens não se ensoberbeçam e mulheres não me coloquem na lista negra (se ambos já não o fizeram…). Aqui vai uma explicação também científica: nós temos bilhões de neurônios a menos, mas temos infinitamente mais sinapses do que os homens, o que nos faz ser mais perceptivas em relação ao número de informações que recebemos de um determinado ambiente.

Em outras palavras, nossos neurônios são mais eficientes, um neurônio feminino capta igual ou maior número de informações de dois ou mais neurônios masculinos. Isso explica porque somos mais detalhistas. Tal fato pode não ser uma vantagem, depende do uso que fazemos disso: o número de informações nocivas e de pecado que podemos perceber também são maiores.
Daí a nossa necessidade de vigiar sempre mais. Eu bem sei na carne que não é fácil viver diariamente a castidade, passar a vida velando pela santidade, mas sem luta não se chega a lugar algum. Ninguém se faz santo sem luta e sem vigilância. Além disso, nenhum dia é igual ao outro, as tentações contra nós investidas sempre vêm de diferentes lugares. Basta uma ocasião infeliz para que nos percamos.

O que tem acontecido ultimamente é que nossas feridas afetivas estão mal curadas. Infelizmente Deus não tem alcançado todas as informações que já recebemos e que nos causaram algum dano à alma. Não nos permitimos ser curadas totalmente, nossa razão e visão humanas limitam a ação de Deus. O resultado são meninas feridas, sentindo-se desvalorizadas, querendo incessantemente sarar essas feridas através de um relacionamento que tem por destino último o pecado. E tudo vira uma bola de neve. E, mesmo reconhecendo a misericórdia de Deus, não se apossam da graça da cura do espírito e da alma que o Senhor não cansa de nos proporcionar.

Meninas, não é um namoro que vai curar a carência, a solidão, a falta de amor, que vai elevar sua auto-estima. É o ESPÍRITO SANTO DE DEUS. "Ah, eu sei, até já preguei isso… mas é difícil…". Não importa se você já está na caminhada há um mês, seis meses, dois, três, quatro anos, você ainda não alcançou o céu, é preciso continuar lutando e confiando na misericórdia Daquele que prometeu e deu-nos a salvação com sua morte na Cruz. Ao se tratar de vigilância, ninguém erra por excesso. Não desistamos do céu, da vida livre, da salvação.

Nós temos tudo, temos a Trindade Santa e temos Maria. Imitemos Maria! Esperemos em Deus, confiemos na fidelidade Dele. E, se preciso for, façamos como uma irmã da minha comunidade: desçamos ladeiras correndo à meia noite, descalça e sozinha para fugir de baladas e de ocasiões que nos levam a pecar. Se for preciso, durmamos abraçadas com São José, Santo Antônio, Santo Expedito, sei lá, mas tenhamos a clareza e a convicção de que SÓ DEUS SEMPRE É A SOLUÇÃO. Cada encontro com Ele sempre é novo. Façamos a experiência de clamar por um diferente sentir, de termos uma nova experiência com o único amor que nos basta: o amor que vem do coração misericordioso de Cristo.

A responsabilidade é de todos. Meninos santifiquem suas namoradas, irmãs, amigas, primas. Orem por aquelas que constituirão com vocês a família do céu aqui na terra. Orem e ajam! Clamem por nossa santificação e, principalmente, ajudem-nos não tentando com palavras, roupas e brincadeiras. As calças apertadas também nos tentam, as blusas cavadas, também. O olhar, o abraço… Vigiem. O momento não é alegre. Chorai conosco. Intercedei por nossas lideranças femininas. Ou vocês acham que é por acaso que estão faltando?

Wanessa Gomes Chagas
Ministério Jovem Estadual
Goiânia/GO
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Aids, Brasil e Uganda

Olavo de Carvalho



O Brasil, como a propaganda governamental não cessa de alardear, conseguiu reduzir pela metade o número de mortes de aidéticos no país. Esse resultado foi obtido por meio da doação maciça de remédios pirateados, que custam aos cofres públicos 300 milhões de dólares por ano. O número de aidéticos em tratamento e portanto a verba para sustentar o programa tendem a aumentar indefinidamente, porque, como qualquer pessoa com QI superior a 12 poderia prever, a distribuição sem fim de camisinhas estatais e a glamurização da homossexidade por meio de anúncios tocantes não reduziram em nada o número de infectados. O Brasil tinha 60 por cento dos casos de Aids da América Latina, e continua tendo. Para completar, o modelo brasileiro não pode ser exportado, porque seu custo ultrapassa tudo o que as nações da África, as mais vitimadas pela doença, jamais ousariam sonhar.

Por ironia, uma dessas nações, a pobrezinha Uganda, conseguiu, com despesa incomparavelmente menor, reduzir a quota de infectados de dezoito para cinco por cento da população. Uma vitória espetacular. Nenhum outro país do mundo alcançou resultados tão efetivos.

Dito isso, dou agora um teste para o leitor avaliar se sabe em que mundo está vivendo: dos dois programas de combate à Aids, qual é aplaudido pela ONU e pela mídia internacional como um sucesso e um modelo digno de ser copiado? Respondeu “o ugandense”? Errou. É o brasileiro. O ugandense, ao contrário, é condenado como um perigo para a população e uma ofensa intolerável aos direitos humanos. O enviado especial da ONU para assuntos de AIDS no continente africano, Stephen Lewis, tem dado entrevistas para denunciar o abuso, e a ONG Human Rights Watch acaba de publicar um relatório de 81 páginas contra o maldoso presidente de Uganda, Yoweri Museveni, responsável pela coisa toda.

Mas, afinal, qual a diferença entre o modo brasileiro e o ugandense de combater a Aids? Uganda não distribui remédios? Distribui. Não recomenda o uso de camisinhas? Recomenda. Não as distribui à população? Distribui. A diferença é que acrescenta a esses fatores uma campanha pela abstinência sexual antes do casamento e pela fidelidade conjugal depois. Tal é o motivo da sua eficácia, mas também o da profunda indignação da ONU. Essa nobre instituição (que recentemente tirou os EUA e colocou o Sudão na sua Comissão de Direitos Humanos depois de comprovado que a ditadura sudanesa só matou quatrocentos mil dissidentes e não dois milhões como diziam as más línguas) ficou ainda mais chocada porque, embora o governo de Uganda distribua mais camisinhas à sua população do que qualquer outro governo africano, o presidente Museveni e sua esposa Janet chegaram a sugerir repetidamente – em público!, vejam vocês, em público! – que esses artefatos só deveriam ser usados como segunda opção, se falhasse a abstinência dos solteiros e a fidelidade dos casados. Segundo o sr. Lewis, essa insinuação maligna, além de disseminar um preconceito fascista contra o adultério e o sexo pré-conjugal, ainda arrisca desestimular o uso das camisinhas, disseminando a prática do sexo inseguro e matando virtualmente de Aids milhões de ugandenses. Um verdadeiro genocídio. Se o leitor tem alguma dificuldade de entender o raciocínio do digno porta-voz da ONU, pode recorrer à técnica da análise lógica das conclusões para desenterrar a premissa implícita que o fundamenta. Essa premissa é, com toda a evidência, a de que os ugandenses, uma vez persuadidos a tentar a abstinência antes da camisinha, podem eventualmente sentir-se incentivados a continuar prescindindo da camisinha quando desistirem da abstinência. A verdadeira preocupação do sr. Lewis, portanto, deriva do seu temor humanitário de que o quociente de inteligência do povo ugandense seja igual ao dele. A ONU, nesses momentos, chega a ser comovente.

É verdade que, na luta contra a Aids, Uganda é a única nação vencedora (o tão louvado Brasil mal se equilibra num deficitário empate técnico). É verdade também que, em todo o restante do continente africano, onde ninguém prega abstinência nenhuma e todas as campanhas contra a Aids mantêm estrita fidelidade ao dogma da salvação pelas camisinhas tal como formulado ex cathedra pela ONU, as taxas de infecção pelo HiV continuam inalteradas ou crescentes, chegando, em alguns lugares, a trinta por cento da população. O sr. Lewis, por isso, fala com conhecimento de causa. Nada como o fracasso completo para dar a um sujeito (ou a uma instituição) a autoridade de criticar o sucesso alheio. Além disso, ponham a mão na consciência: vocês acham mesmo que alguns milhões de vidas ugandenses salvas valem o sacrifício de não sei quantos minutos de prazer cruelmente negados aos adúlteros e aos homossexuais? É, como se diz, uma questão de princípio: antes sucumbir à Aids do que abdicar do direito ao gozo ilimitado.

Eis a alternativa moral que a ONU oferece à humanidade: ou ser salva pela camisinha, ou morrer com dignidade. Ceder à proposta indecente de Yoweri e Janet Museveni, jamais. O jornal inglês Guardian adverte aliás que a proposta tem uma origem das mais suspeitas. Yoweri e Janet Museveni, por inverossímil que isto pareça numa época esclarecida como a nossa, são... cristãos. Parece até mesmo que eles encontraram a idéia na Bíblia.

Esses povos atrasados são mesmo uns jumentos. Nós, brasileiros, um povo iluminado, jamais cairíamos numa esparrela dessas. Nosso negócio é ciência. Já em 2003, pouco antes de passar o cargo a Lula, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que tem entre seus inumeráveis méritos não só a criação do programa de trezentos milhões de dólares mas também a virtude de saber fazer-se de gostosão com muito mais naturalidade do que seu antecessor e xará Fernando Collor, nos ensinou com notável antecedência que essas campanhas de castidade juvenil e fidelidade conjugal não estão com nada. Falando numa conferência em Paris – ele fica tão bem em Paris, vocês não acham? --, ele disse que essas campanhas “só servem para confundir as pessoas”. Como exemplo dessa confusão, ele citou o caso das esposas brasileiras, fielmente monogâmicas, que vão para a cama com seus maridos e contraem Aids. “Elas não usaram camisinhas, porque tinham um parceiro só, e pegaram a doença.” O próprio sr. Lewis não alcançaria a profundidade desse argumento, segundo o qual a fonte do perigo não está nos maridos que traem, mas nas esposas traídas; não está no contaminador, mas na contaminada. O pensamento do grande intelectual uspiano chega, aí, às raias do sublime. Com poucas e fulminantes palavras o autor de Dependência e Desenvolvimento na América Latina – o único livro que se tornou clássico por meio do esquecimento geral – reduz a pó a tese de seu amigo Alain Peyrefitte, de que as sociedades progridem na medida em que nelas imperam os laços de lealdade e confiança. Sociedade normal, sociedade progressista, na doutrina FHC, é aquela na qual a deslealdade está tão generalizada que mesmo as esposas não podem confiar nos maridos.

Quando a lealdade falha, como é justo e normal, não se deve portanto fazer uma campanha para restaurá-la, mas, ao contrário, oficializar a deslealdade tornando a camisinha, em vez da fidelidade, uma obrigação moral dos cônjuges. Da minha parte, acreditando piamente que o nosso ex-presidente não seria hipócrita ao ponto de desejar uma moral para as famílias brasileiras em geral e outra para a dele próprio, admito que Dona Rute não deve mesmo, em hipótese alguma, permitir que seu marido venha com coisa para cima dela sem uma camisinha. Talvez até duas. Se ele já veio para cima de nós todos sem nenhuma, é tarde para pensar nisso. Relax and enjoy .
Para quem absorveu os ensinamentos de Stephen Lewis e Fernando Henrique, a inconveniência absoluta de sugerir fidelidade e abstinência salta aos olhos. É de uma clareza lógica formidável, não é mesmo? Só aquela besta do Museveni é que não entende. Ele e a mulher dele. Também, que se pode esperar de uma idiota que acredita no marido? Além de preta, a cretina é cristã. Só falta agora quererem que a gente leve a sério Nossa Senhora Aparecida e a Condoleezza Rice.
Já o relatório da Human Rights Watch enfatiza outro aspecto ainda mais repugnante da campanha ugandense: ela é feita -- oh, horror! -- com verbas doadas pelo governo americano. É verdade que, no planeta inteiro, os EUA contribuem mais para o combate à Aids do que todos os demais países somados. É verdade, portanto, que a maioria das campanhas anti-Aids em todo o mundo são feitas com dinheiro americano. Até as verbas distribuídas pela própria ONU para esse fim vêm quase todas da mesmíssima fonte. Mas ninguém precisa se rebaixar ao ponto de aceitar, junto com os dólares de Washington, a sugestão maldosa daquele outro casal de carolas, George W. e Laura Bush, de que camisinhas às vezes furam e de que em vez de apostar exclusivamente nelas a vida e a morte, talvez valesse a pena controlar um pouco o desejo sexual.

Uganda, cedendo a essas insinuações, refocilou na lama. Países altivos, briosos, dotados de amor próprio, pegam a grana e mandam George W. Bush enfiar sua religião naquele lugar – com camisinha, é claro. Ou então fazem logo como o Brasil, que rejeita o dinheiro. Se vocês não se lembram, a USAID, pouco tempo atrás, ofereceu 48 milhões de dólares para ajudar o nosso país a comprar remédios para os aidéticos, mas impôs uma condição: que do texto do convênio não constassem palavras que parecessem legitimar a prática da prostituição. O governo petista, que tem dignidade para dar e vender -- sobretudo para vender --, não se curvou à imposição degradante. Ser contra a prostituição? Jamais. A reverência ante as marafonas é, entre os políticos brasileiros, arraigada como o amor filial, chegando, em muitos deles, a confundir-se com esse sentimento. Em outros é, como a camisinha do sr. Lewis, uma questão de princípio.

Quarenta e oito milhões de dólares é um bocado de remédio para aidético, mas para que fazer uma concessão aviltante à moral burguesa -- sobretudo americana, éeeeca! --, quando se pode facilmente subsidiar a honra dos puteiros pátrios com equivalente quantia em moeda nacional extraída aos contribuintes? Vocês todos, leitores e não leitores, pagaram 48 milhões de dólares para o governo nacional não melindrar as – como direi? -- prestadoras de serviços eróticos. Tudo pelo direito zumano, né mermo?


Artigo retirado do site do filósofo brasileiro Olavo de Carvalho
http://www.olavodecarvalho.org/


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A Igreja Católica não é criminosa

A Igreja Católica não é criminosa
por Richard Jakubaszko (ver perfil)

Discordo da opinião de que a Igreja Católica é criminosa ao inibir as ações de políticos e do governo em distribuir preservativos nos sertões do Brasil, e de que essa posição seria a principal causa do avanço da AIDS. Não distribuem porque não dá voto, assim como esgoto não dá voto. Discordo, porque a disseminação da AIDS não é no sertão ou nos interiores do Brasil, está nas grandes cidades e, principalmente, nas turísticas e portuárias. Nas pequenas o moralismo é evidente, funciona como freio moderador para atos não sintonizados com o que a sociedade pensa, e onde todo mundo se conhece. Nas grandes a juventude é livre – na condição de anônima - e pratica o que acha que pode, seja sexo ou drogas. Lamentavelmente a AIDS avança silenciosamente no Brasil em todas as classes sociais e econômicas, dissimulada por falsas estatísticas que indicam sua involução, em especial doentes das classes C e D, acobertadas por médicos coniventes que mascaram diagnósticos.

O modismo da elite intelectual brasileira de responsabilizar a Igreja pelo descontrole e avanço da AIDS incomoda-me como católico porque é mais uma hipocrisia brasileira, como tantas que grassam pelo país. Apesar da Igreja pactuar o sexo apenas no casamento – e para procriação da espécie – isso não foi obedecido. Então, o que se pretende agora? Que a Igreja contrarie e ignore o dogma milenar e recomende o preservativo? Adiantaria? Se os "fiéis" não praticaram o preceito antes, porque o fariam agora? Nem alguns padres usaram os preservativos, e estão com AIDS. Os cônjuges que traem jamais vão usar em casa, seria admitir culpa. Ora, meus amigos de opinião contrária, saiam desse modismo e mudem de opinião. Não me envergonho de mudar de opinião, porque penso. Então, raciocinem comigo.Pedir que a Igreja Católica recomende o uso de camisinhas é um paradoxo e uma quimera, assim como pedir ao Ministro da Justiça que – ante a antiga legislação permissiva para armas de fogo – autorizasse usar silenciador para não incomodar o vizinho. O mesmo da recomendação malufiana: estupra, mas não mata!

O problema da AIDS está na matriz cultural do povo: macho não usa camisinha; macho come todas e dá 3 ou 4 por dia; usar camisinha é como chupar bala com papel; virgindade dá câncer; e a pior, quem passa AIDS é bicha, mulher não, porque tem vagina lubrificada etc. O avanço da AIDS só vai perder velocidade se o governo encarar o problema de frente: escola para todas as crianças – com educação sexual. Em paralelo façamos campanhas realistas e agressivas, e não à base de desenho animado, ou com artistas globais e simpáticos, e apenas durante o Carnaval, hipócritas campanhas lights. Tem de dizer que cada transa com parceiro novo é 50% de chance de pegar AIDS, porque o outro tem ou não tem o vírus. Na segunda transa mais 50% de chance, o que eleva a chance para 75%, e na terceira vez o sujeito está com 87,5% de chances de ter contraído AIDS. O risco é progressivo. Quem sobe num avião com 50% de chances dele cair?

O paradigma implícito de que felicidade e sucesso está no sexo - apregoado na TV, cinema, nas revistas, deve ser repensado. Sexo quase explícito na novela das 8 faz mais pelo avanço da AIDS – como incentivo à prática – do que discurso de padre recomendando uso de camisinha para deter a epidemia. Isso me lembra a história do marido que levou a esposa ao zoológico e mandou-a mostrar pernas e seios para o orangotango na jaula. Depois de alguns safanões o macacão derrubou a porta e avançou para a mulher enquanto o marido avisava: agora diz rápido prá ele que tá com enxaqueca, diz que tá com dor de cabeça, diz...

Não vi nenhum padre proibir preservativo, no púlpito ou na TV. É fácil incentivar o jovem – que é inseguro – e excitá-lo, e depois culpar a Igreja porque não recomenda a camisinha. Não estou sugerindo que voltemos à era vitoriana, mas lembremos o que ocorreu como conseqüência da epidemia de sífilis, também fatal naquela época. Houve uma mudança de paradigma no comportamento da sociedade para deter o avanço da epidemia.

Não culpem a Igreja de proibir o uso – ela não proíbe explicitamente, nem adiantaria, apenas não incentiva o uso. A ação e a postura da mídia, ao lado das indústrias do lazer e da moda, de estimular sedução, é a principal incentivadora da epidemia – junto com os hormônios próprios da idade. Não há diretor de filme ou novela que não tenha sua concepção individual e imperiosa necessidade de mostrar no mínimo uma cena caliente de sexo (acho estranho isso...).

Guardo em meu mais profundo íntimo uma plena identificação na contestação de inúmeros hábitos e tradições da sociedade humana, a exemplo da personagem Emília dos livros de Monteiro Lobato, onde aprendi minhas primeiras letras. Em paralelo, até por uma questão de caráter, e também da atividade jornalística, onde convive-se no dia-a-dia com opiniões contrárias, acredito piamente no embate das idéias como fator de crescimento individual e coletivo, e lamento profundamente o silêncio dos que se sentem agredidos pela postura dos críticos da Igreja Católica. Há flagrante omissão, é uma fuga e um comportamento galináceo dos católicos brasileiros nesse assunto, em que comprovam o horror atávico aos temas polêmicos, o que também não deixa de ser uma autêntica hipocrisia.

Assim não dá, meus caros amigos a favor ou do contra, eu não sou lobo e nem vocês ovelhas, mas vocês estão turvando as águas dos rios da vida. Não é possível viver em cima do muro e conviver, sistematicamente, com uma no cravo e outra na ferradura.

Richard Jakubaszko
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