quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Santidade e Namoro

















Os jovens tem muitas dúvidas a respeito do namoro, por exemplo: qual a idade certa para começar a namorar? Para essa pergunta poderiam surgir varias respostas, já que os jovens estão começando a namorar cada vez mais cedo, talvez pelo incentivo da mídia ou por cobrança dos amigos .
Mas a verdade é que não existe idade certa para namorar, o importante é saber o porque você deseja namorar. Um namoro, de forma alguma, pode ser um mero passa tempo ou uma "aventura" ou porque você não quer ficar sozinho, mas tem que ser um tempo de conhecimento.

Um jovem só está pronto para o namoro quando ele começa a pensar em casamento. Isso mesmo! Em casamento! Mesmo que ele esteja longe. Nada tem sentido sem uma meta.
E, quando falamos em conhecimento, nos referimos ao descobrimento dos sentimentos de um pelo outro e não o conhecimento físico, pois o namoro não é lugar de viver uma vida sexual.

Devemos saber jovem, que o ato sexual é algo belo e criado por Deus, para ser vivido exclusivamente no casamento, entenda o sexo não é pecado, mas, se for realizado fora ou antes do casamento se torna pecado.

E ainda o sexo imaturo traz várias conseqüências como: gravidez indesejada, um possível aborto, risco de contrair doenças, fora o trauma que pode acompanhar tanto a mulher como o homem para a vida toda.

No namoro não existe ainda um compromisso “até que a morte os separe” é por isso que o sexo não pode ser vivido no namoro nem no noivado. Se você apanhar e comer uma fruta ainda verde, ela vai fazer mal a você, e se estragará. Se você viver a vida sexual antes do casamento, você só terá problemas e não alegrias.

São Paulo nos ensina: “a mulher não pode dispor de seu corpo: ele pertence a seu marido. E também o marido não pode dispor de seu corpo ele pertence a sua esposa”. (1 cor 7,4) Paulo não diz que o corpo da namorada pertence ao namorado e nem que o corpo do noivo pertence a noiva a união sexual só tem sentido dentro do casamento.

Eu e minha esposa, vivenciamos isso com muita alegria, namoramos durante 3 anos e nos casamos, sofremos muito e confesso que foi difícil, mas Deus nos deu a graça de lutar e principalmente de se levantar em cada queda. e o que nos dava mais força era a oração, a consagração que fizemos a sagrada família e principalmente a eucaristia. Sem isso, jovem, é impossível de viver um namoro santo, Hoje estamos casados à 4 anos e 3 meses e estamos experimentando toda a alegria que Deus preparou para nós. E proclamamos:

É POSSÍVEL VIVER A CASTIDADE NO NAMORO MESMO COM TODO O MUNDO DIZENDO O CONTRÁRIO E COM VALORES TOTALMENTE OPOSTOS DA VONTADE DE DEUS.

Lembre-se, você é amado por Deus e tem grande valor, e hoje Ele te convida a viver segundo a Sua vontade, sendo santo como Ele é.


Henrique Dias

Fonte. http://www.cleofas.com.br/

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009


FICAR É PECADO? POR QUE? QUAIS SUAS CONSEQUENCIAS?

Henrique Dias

Primeiramente vamos entender o que é “ficar”. Ficar é uma gíria brasileira que designa uma relação afetiva sem compromisso, que normalmente tem natureza efêmera. É um namoro "relâmpago"; diferencia-se de namorar porque o namoro envolve um compromisso (que comumente envolve fidelidade) e ao menos teoricamente, tem como característica a durabilidade (pelo menos de meses), enquanto que o ficar (ou a ficada) acontece por minutos ou horas. De modo que o(a) garoto(a) possa ficar com quem quiser depois, e não precisa sentir ciúmes se ve-la(o) com outro(a), nem ligar no dia seguinte. Normalmente é só um beijo.

Ficar é pecado por dois motivos: em primeiro lugar, eu começo a “coisificar as pessoas, elas não passam de objeto para eu satisfazer minhas vontades, ou seja, to afim de beijar alguem, mais não quero ter compromisso, não quero saber se tem problemas, se a pessoa está passando por alguma dificudade, o importante é o quanto beija bem.

È como uma laranja que chupo e jogo o bagaço fora, como se eu pudesse separar a boca do resto da pessoa, e esquecemos que somos seres compostos de corpo e alma, é um conjunto inseparável criado a imagem e semelhança de Deus.

E em segundo lugar, o “ficar” é um grande propagador de doenças, atualmente nossa sociedade incorporou o hábito de "ficar", no qual pode-se beijar várias pessoas, geralmente desconhecidas, em uma mesma balada. Porém, o hábito do beijo na boca, visto por muitos como algo inofensivo, trás o perigo da transmissão de várias doenças, inclusive as sexualmente transmissíveis.

A gengivite, por exemplo, é uma infecção bacteriana que teve sua incidência aumentada nos últimos anos, provavelmente em decorrência do hábito de “ficar”. De acordo com um estudo publicado em fevereiro de 2006 no British Medical Journal, beijar na boca várias pessoas aumenta em quatro vezes o risco de adolescentes contraírem meningite, uma infecção cerebral potencialmente fatal. Já a bactéria causadora da temida cárie dental, streptococcus mutans, também pode ser transmitida pelo beijo na boca.

Além das bactérias, o beijo também pode transmitir vírus causadores de doenças. Uma dessas doenças, a mononucleose, recebeu como nome popular "doença do beijo". Mononucleose é causada pelo vírus Epstein-Barr (VEB) e, depois de um período de incubação de 30 a 45 dias, a pessoa pode permanecer com vírus para sempre no organismo. Mononocleose pode ser uma doença assintomática, ou apresentar sintomas que incluem: fadiga, dor de garganta, tosse, inchaço dos gânglios, perda de apetite, inflamação do fígado e hipertrofia do baço. Outra doença por vírus mais conhecida, e também transmitida pelo beijo, é o herpes labial. Essa doença é provocada pelo vírus herpes simplex e pode causar bolhas e feridas nos lábios e pele ao redor da boca.
As temidas doenças sexualmente transmissíveis (DST) também podem ser contraídas pelo beijo. O Departamento de Saúde dos EUA considera que pode haver risco, apesar de muito pequeno, de transmissão do vírus HIV, causador da doenças da AIDS, através do beijo da boca caso existam feridas ou sangramento na boca. O risco de transmissão do HIV através do beijo na boca teoricamente é maior em pessoas com body-piercing na língua ou lábios. Um beijo mais ardente poderia provocar sangramento na região do body-piercing, havendo o risco de infecção do vírus HIV se o sangue entrar em contato com uma lesão bucal ou corte. Outras DST também transmissíveis pelo beijo incluem sífilis e gonorréia

Então nunca nos esqueçamos o que diz São Paulo em 1 Cor. 06:19: Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?.
Somos de Deus e viemos de Deus, e conforme disse Santo Agostinho Nossa alma não descansa enquanto não repousar em Deus.

Paz e bem

Fonte
copacabanarunners.net
wikipedia.org
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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Afetividade feminina hoje: feridas mal resolvidas



Eu não sei o que tem acontecido conosco, jovens católicas. Estamos passando por uma carência afetiva fora do que é normal no ser humano. Está acontecendo uma onda turbulenta de sentimentos mal resolvidos e de feridas mal cicatrizadas entre as meninas que, onde ando, recebo testemunhos de meninas que estão muito carentes, mas que continuam afirmando algo que não vivem.


E isso tem refletido nos inúmeros namoros e casamentos à beira da ruína e recheados de pecado, que impedem nossos irmãos e irmãs de serem sal e luz nas suas realidades. E por que a mulher?

O ser humano tem uma forte inclinação ao comodismo, afinal de contas, temos tantas facilidades em nossas vidas, que acabamos por nos acostumar a uma vida sem lutas. Se tivéssemos vivido nos anos 70 ou 80 nossa juventude talvez essa situação fosse um pouco diferente por causa do contexto histórico de lutas, dentre outras coisas, pela abertura política.

Diferente daquela geração, hoje nós temos liberdade para dizermos o que pensamos o que sentimos o que aprovamos ou não. Contudo, não usamos disso para a construção do Reino e para nossa santificação. Deixamos nos atingir pelo bombardeio de informações promíscuas dos meios de comunicação, não questionamos o que nos é oferecido e acabamos colocando em risco nossa castidade. E pra mulher é um pouco mais difícil. Por quê?

A mulher é muito mais vulnerável: Ela tem menos neurônios. Isso mesmo. Alguns bilhões a menos comprovados cientificamente. MAS, homens não se ensoberbeçam e mulheres não me coloquem na lista negra (se ambos já não o fizeram…). Aqui vai uma explicação também científica: nós temos bilhões de neurônios a menos, mas temos infinitamente mais sinapses do que os homens, o que nos faz ser mais perceptivas em relação ao número de informações que recebemos de um determinado ambiente.

Em outras palavras, nossos neurônios são mais eficientes, um neurônio feminino capta igual ou maior número de informações de dois ou mais neurônios masculinos. Isso explica porque somos mais detalhistas. Tal fato pode não ser uma vantagem, depende do uso que fazemos disso: o número de informações nocivas e de pecado que podemos perceber também são maiores.
Daí a nossa necessidade de vigiar sempre mais. Eu bem sei na carne que não é fácil viver diariamente a castidade, passar a vida velando pela santidade, mas sem luta não se chega a lugar algum. Ninguém se faz santo sem luta e sem vigilância. Além disso, nenhum dia é igual ao outro, as tentações contra nós investidas sempre vêm de diferentes lugares. Basta uma ocasião infeliz para que nos percamos.

O que tem acontecido ultimamente é que nossas feridas afetivas estão mal curadas. Infelizmente Deus não tem alcançado todas as informações que já recebemos e que nos causaram algum dano à alma. Não nos permitimos ser curadas totalmente, nossa razão e visão humanas limitam a ação de Deus. O resultado são meninas feridas, sentindo-se desvalorizadas, querendo incessantemente sarar essas feridas através de um relacionamento que tem por destino último o pecado. E tudo vira uma bola de neve. E, mesmo reconhecendo a misericórdia de Deus, não se apossam da graça da cura do espírito e da alma que o Senhor não cansa de nos proporcionar.

Meninas, não é um namoro que vai curar a carência, a solidão, a falta de amor, que vai elevar sua auto-estima. É o ESPÍRITO SANTO DE DEUS. "Ah, eu sei, até já preguei isso… mas é difícil…". Não importa se você já está na caminhada há um mês, seis meses, dois, três, quatro anos, você ainda não alcançou o céu, é preciso continuar lutando e confiando na misericórdia Daquele que prometeu e deu-nos a salvação com sua morte na Cruz. Ao se tratar de vigilância, ninguém erra por excesso. Não desistamos do céu, da vida livre, da salvação.

Nós temos tudo, temos a Trindade Santa e temos Maria. Imitemos Maria! Esperemos em Deus, confiemos na fidelidade Dele. E, se preciso for, façamos como uma irmã da minha comunidade: desçamos ladeiras correndo à meia noite, descalça e sozinha para fugir de baladas e de ocasiões que nos levam a pecar. Se for preciso, durmamos abraçadas com São José, Santo Antônio, Santo Expedito, sei lá, mas tenhamos a clareza e a convicção de que SÓ DEUS SEMPRE É A SOLUÇÃO. Cada encontro com Ele sempre é novo. Façamos a experiência de clamar por um diferente sentir, de termos uma nova experiência com o único amor que nos basta: o amor que vem do coração misericordioso de Cristo.

A responsabilidade é de todos. Meninos santifiquem suas namoradas, irmãs, amigas, primas. Orem por aquelas que constituirão com vocês a família do céu aqui na terra. Orem e ajam! Clamem por nossa santificação e, principalmente, ajudem-nos não tentando com palavras, roupas e brincadeiras. As calças apertadas também nos tentam, as blusas cavadas, também. O olhar, o abraço… Vigiem. O momento não é alegre. Chorai conosco. Intercedei por nossas lideranças femininas. Ou vocês acham que é por acaso que estão faltando?

Wanessa Gomes Chagas
Ministério Jovem Estadual
Goiânia/GO
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Aids, Brasil e Uganda

Olavo de Carvalho



O Brasil, como a propaganda governamental não cessa de alardear, conseguiu reduzir pela metade o número de mortes de aidéticos no país. Esse resultado foi obtido por meio da doação maciça de remédios pirateados, que custam aos cofres públicos 300 milhões de dólares por ano. O número de aidéticos em tratamento e portanto a verba para sustentar o programa tendem a aumentar indefinidamente, porque, como qualquer pessoa com QI superior a 12 poderia prever, a distribuição sem fim de camisinhas estatais e a glamurização da homossexidade por meio de anúncios tocantes não reduziram em nada o número de infectados. O Brasil tinha 60 por cento dos casos de Aids da América Latina, e continua tendo. Para completar, o modelo brasileiro não pode ser exportado, porque seu custo ultrapassa tudo o que as nações da África, as mais vitimadas pela doença, jamais ousariam sonhar.

Por ironia, uma dessas nações, a pobrezinha Uganda, conseguiu, com despesa incomparavelmente menor, reduzir a quota de infectados de dezoito para cinco por cento da população. Uma vitória espetacular. Nenhum outro país do mundo alcançou resultados tão efetivos.

Dito isso, dou agora um teste para o leitor avaliar se sabe em que mundo está vivendo: dos dois programas de combate à Aids, qual é aplaudido pela ONU e pela mídia internacional como um sucesso e um modelo digno de ser copiado? Respondeu “o ugandense”? Errou. É o brasileiro. O ugandense, ao contrário, é condenado como um perigo para a população e uma ofensa intolerável aos direitos humanos. O enviado especial da ONU para assuntos de AIDS no continente africano, Stephen Lewis, tem dado entrevistas para denunciar o abuso, e a ONG Human Rights Watch acaba de publicar um relatório de 81 páginas contra o maldoso presidente de Uganda, Yoweri Museveni, responsável pela coisa toda.

Mas, afinal, qual a diferença entre o modo brasileiro e o ugandense de combater a Aids? Uganda não distribui remédios? Distribui. Não recomenda o uso de camisinhas? Recomenda. Não as distribui à população? Distribui. A diferença é que acrescenta a esses fatores uma campanha pela abstinência sexual antes do casamento e pela fidelidade conjugal depois. Tal é o motivo da sua eficácia, mas também o da profunda indignação da ONU. Essa nobre instituição (que recentemente tirou os EUA e colocou o Sudão na sua Comissão de Direitos Humanos depois de comprovado que a ditadura sudanesa só matou quatrocentos mil dissidentes e não dois milhões como diziam as más línguas) ficou ainda mais chocada porque, embora o governo de Uganda distribua mais camisinhas à sua população do que qualquer outro governo africano, o presidente Museveni e sua esposa Janet chegaram a sugerir repetidamente – em público!, vejam vocês, em público! – que esses artefatos só deveriam ser usados como segunda opção, se falhasse a abstinência dos solteiros e a fidelidade dos casados. Segundo o sr. Lewis, essa insinuação maligna, além de disseminar um preconceito fascista contra o adultério e o sexo pré-conjugal, ainda arrisca desestimular o uso das camisinhas, disseminando a prática do sexo inseguro e matando virtualmente de Aids milhões de ugandenses. Um verdadeiro genocídio. Se o leitor tem alguma dificuldade de entender o raciocínio do digno porta-voz da ONU, pode recorrer à técnica da análise lógica das conclusões para desenterrar a premissa implícita que o fundamenta. Essa premissa é, com toda a evidência, a de que os ugandenses, uma vez persuadidos a tentar a abstinência antes da camisinha, podem eventualmente sentir-se incentivados a continuar prescindindo da camisinha quando desistirem da abstinência. A verdadeira preocupação do sr. Lewis, portanto, deriva do seu temor humanitário de que o quociente de inteligência do povo ugandense seja igual ao dele. A ONU, nesses momentos, chega a ser comovente.

É verdade que, na luta contra a Aids, Uganda é a única nação vencedora (o tão louvado Brasil mal se equilibra num deficitário empate técnico). É verdade também que, em todo o restante do continente africano, onde ninguém prega abstinência nenhuma e todas as campanhas contra a Aids mantêm estrita fidelidade ao dogma da salvação pelas camisinhas tal como formulado ex cathedra pela ONU, as taxas de infecção pelo HiV continuam inalteradas ou crescentes, chegando, em alguns lugares, a trinta por cento da população. O sr. Lewis, por isso, fala com conhecimento de causa. Nada como o fracasso completo para dar a um sujeito (ou a uma instituição) a autoridade de criticar o sucesso alheio. Além disso, ponham a mão na consciência: vocês acham mesmo que alguns milhões de vidas ugandenses salvas valem o sacrifício de não sei quantos minutos de prazer cruelmente negados aos adúlteros e aos homossexuais? É, como se diz, uma questão de princípio: antes sucumbir à Aids do que abdicar do direito ao gozo ilimitado.

Eis a alternativa moral que a ONU oferece à humanidade: ou ser salva pela camisinha, ou morrer com dignidade. Ceder à proposta indecente de Yoweri e Janet Museveni, jamais. O jornal inglês Guardian adverte aliás que a proposta tem uma origem das mais suspeitas. Yoweri e Janet Museveni, por inverossímil que isto pareça numa época esclarecida como a nossa, são... cristãos. Parece até mesmo que eles encontraram a idéia na Bíblia.

Esses povos atrasados são mesmo uns jumentos. Nós, brasileiros, um povo iluminado, jamais cairíamos numa esparrela dessas. Nosso negócio é ciência. Já em 2003, pouco antes de passar o cargo a Lula, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que tem entre seus inumeráveis méritos não só a criação do programa de trezentos milhões de dólares mas também a virtude de saber fazer-se de gostosão com muito mais naturalidade do que seu antecessor e xará Fernando Collor, nos ensinou com notável antecedência que essas campanhas de castidade juvenil e fidelidade conjugal não estão com nada. Falando numa conferência em Paris – ele fica tão bem em Paris, vocês não acham? --, ele disse que essas campanhas “só servem para confundir as pessoas”. Como exemplo dessa confusão, ele citou o caso das esposas brasileiras, fielmente monogâmicas, que vão para a cama com seus maridos e contraem Aids. “Elas não usaram camisinhas, porque tinham um parceiro só, e pegaram a doença.” O próprio sr. Lewis não alcançaria a profundidade desse argumento, segundo o qual a fonte do perigo não está nos maridos que traem, mas nas esposas traídas; não está no contaminador, mas na contaminada. O pensamento do grande intelectual uspiano chega, aí, às raias do sublime. Com poucas e fulminantes palavras o autor de Dependência e Desenvolvimento na América Latina – o único livro que se tornou clássico por meio do esquecimento geral – reduz a pó a tese de seu amigo Alain Peyrefitte, de que as sociedades progridem na medida em que nelas imperam os laços de lealdade e confiança. Sociedade normal, sociedade progressista, na doutrina FHC, é aquela na qual a deslealdade está tão generalizada que mesmo as esposas não podem confiar nos maridos.

Quando a lealdade falha, como é justo e normal, não se deve portanto fazer uma campanha para restaurá-la, mas, ao contrário, oficializar a deslealdade tornando a camisinha, em vez da fidelidade, uma obrigação moral dos cônjuges. Da minha parte, acreditando piamente que o nosso ex-presidente não seria hipócrita ao ponto de desejar uma moral para as famílias brasileiras em geral e outra para a dele próprio, admito que Dona Rute não deve mesmo, em hipótese alguma, permitir que seu marido venha com coisa para cima dela sem uma camisinha. Talvez até duas. Se ele já veio para cima de nós todos sem nenhuma, é tarde para pensar nisso. Relax and enjoy .
Para quem absorveu os ensinamentos de Stephen Lewis e Fernando Henrique, a inconveniência absoluta de sugerir fidelidade e abstinência salta aos olhos. É de uma clareza lógica formidável, não é mesmo? Só aquela besta do Museveni é que não entende. Ele e a mulher dele. Também, que se pode esperar de uma idiota que acredita no marido? Além de preta, a cretina é cristã. Só falta agora quererem que a gente leve a sério Nossa Senhora Aparecida e a Condoleezza Rice.
Já o relatório da Human Rights Watch enfatiza outro aspecto ainda mais repugnante da campanha ugandense: ela é feita -- oh, horror! -- com verbas doadas pelo governo americano. É verdade que, no planeta inteiro, os EUA contribuem mais para o combate à Aids do que todos os demais países somados. É verdade, portanto, que a maioria das campanhas anti-Aids em todo o mundo são feitas com dinheiro americano. Até as verbas distribuídas pela própria ONU para esse fim vêm quase todas da mesmíssima fonte. Mas ninguém precisa se rebaixar ao ponto de aceitar, junto com os dólares de Washington, a sugestão maldosa daquele outro casal de carolas, George W. e Laura Bush, de que camisinhas às vezes furam e de que em vez de apostar exclusivamente nelas a vida e a morte, talvez valesse a pena controlar um pouco o desejo sexual.

Uganda, cedendo a essas insinuações, refocilou na lama. Países altivos, briosos, dotados de amor próprio, pegam a grana e mandam George W. Bush enfiar sua religião naquele lugar – com camisinha, é claro. Ou então fazem logo como o Brasil, que rejeita o dinheiro. Se vocês não se lembram, a USAID, pouco tempo atrás, ofereceu 48 milhões de dólares para ajudar o nosso país a comprar remédios para os aidéticos, mas impôs uma condição: que do texto do convênio não constassem palavras que parecessem legitimar a prática da prostituição. O governo petista, que tem dignidade para dar e vender -- sobretudo para vender --, não se curvou à imposição degradante. Ser contra a prostituição? Jamais. A reverência ante as marafonas é, entre os políticos brasileiros, arraigada como o amor filial, chegando, em muitos deles, a confundir-se com esse sentimento. Em outros é, como a camisinha do sr. Lewis, uma questão de princípio.

Quarenta e oito milhões de dólares é um bocado de remédio para aidético, mas para que fazer uma concessão aviltante à moral burguesa -- sobretudo americana, éeeeca! --, quando se pode facilmente subsidiar a honra dos puteiros pátrios com equivalente quantia em moeda nacional extraída aos contribuintes? Vocês todos, leitores e não leitores, pagaram 48 milhões de dólares para o governo nacional não melindrar as – como direi? -- prestadoras de serviços eróticos. Tudo pelo direito zumano, né mermo?


Artigo retirado do site do filósofo brasileiro Olavo de Carvalho
http://www.olavodecarvalho.org/


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A Igreja Católica não é criminosa

A Igreja Católica não é criminosa
por Richard Jakubaszko (ver perfil)

Discordo da opinião de que a Igreja Católica é criminosa ao inibir as ações de políticos e do governo em distribuir preservativos nos sertões do Brasil, e de que essa posição seria a principal causa do avanço da AIDS. Não distribuem porque não dá voto, assim como esgoto não dá voto. Discordo, porque a disseminação da AIDS não é no sertão ou nos interiores do Brasil, está nas grandes cidades e, principalmente, nas turísticas e portuárias. Nas pequenas o moralismo é evidente, funciona como freio moderador para atos não sintonizados com o que a sociedade pensa, e onde todo mundo se conhece. Nas grandes a juventude é livre – na condição de anônima - e pratica o que acha que pode, seja sexo ou drogas. Lamentavelmente a AIDS avança silenciosamente no Brasil em todas as classes sociais e econômicas, dissimulada por falsas estatísticas que indicam sua involução, em especial doentes das classes C e D, acobertadas por médicos coniventes que mascaram diagnósticos.

O modismo da elite intelectual brasileira de responsabilizar a Igreja pelo descontrole e avanço da AIDS incomoda-me como católico porque é mais uma hipocrisia brasileira, como tantas que grassam pelo país. Apesar da Igreja pactuar o sexo apenas no casamento – e para procriação da espécie – isso não foi obedecido. Então, o que se pretende agora? Que a Igreja contrarie e ignore o dogma milenar e recomende o preservativo? Adiantaria? Se os "fiéis" não praticaram o preceito antes, porque o fariam agora? Nem alguns padres usaram os preservativos, e estão com AIDS. Os cônjuges que traem jamais vão usar em casa, seria admitir culpa. Ora, meus amigos de opinião contrária, saiam desse modismo e mudem de opinião. Não me envergonho de mudar de opinião, porque penso. Então, raciocinem comigo.Pedir que a Igreja Católica recomende o uso de camisinhas é um paradoxo e uma quimera, assim como pedir ao Ministro da Justiça que – ante a antiga legislação permissiva para armas de fogo – autorizasse usar silenciador para não incomodar o vizinho. O mesmo da recomendação malufiana: estupra, mas não mata!

O problema da AIDS está na matriz cultural do povo: macho não usa camisinha; macho come todas e dá 3 ou 4 por dia; usar camisinha é como chupar bala com papel; virgindade dá câncer; e a pior, quem passa AIDS é bicha, mulher não, porque tem vagina lubrificada etc. O avanço da AIDS só vai perder velocidade se o governo encarar o problema de frente: escola para todas as crianças – com educação sexual. Em paralelo façamos campanhas realistas e agressivas, e não à base de desenho animado, ou com artistas globais e simpáticos, e apenas durante o Carnaval, hipócritas campanhas lights. Tem de dizer que cada transa com parceiro novo é 50% de chance de pegar AIDS, porque o outro tem ou não tem o vírus. Na segunda transa mais 50% de chance, o que eleva a chance para 75%, e na terceira vez o sujeito está com 87,5% de chances de ter contraído AIDS. O risco é progressivo. Quem sobe num avião com 50% de chances dele cair?

O paradigma implícito de que felicidade e sucesso está no sexo - apregoado na TV, cinema, nas revistas, deve ser repensado. Sexo quase explícito na novela das 8 faz mais pelo avanço da AIDS – como incentivo à prática – do que discurso de padre recomendando uso de camisinha para deter a epidemia. Isso me lembra a história do marido que levou a esposa ao zoológico e mandou-a mostrar pernas e seios para o orangotango na jaula. Depois de alguns safanões o macacão derrubou a porta e avançou para a mulher enquanto o marido avisava: agora diz rápido prá ele que tá com enxaqueca, diz que tá com dor de cabeça, diz...

Não vi nenhum padre proibir preservativo, no púlpito ou na TV. É fácil incentivar o jovem – que é inseguro – e excitá-lo, e depois culpar a Igreja porque não recomenda a camisinha. Não estou sugerindo que voltemos à era vitoriana, mas lembremos o que ocorreu como conseqüência da epidemia de sífilis, também fatal naquela época. Houve uma mudança de paradigma no comportamento da sociedade para deter o avanço da epidemia.

Não culpem a Igreja de proibir o uso – ela não proíbe explicitamente, nem adiantaria, apenas não incentiva o uso. A ação e a postura da mídia, ao lado das indústrias do lazer e da moda, de estimular sedução, é a principal incentivadora da epidemia – junto com os hormônios próprios da idade. Não há diretor de filme ou novela que não tenha sua concepção individual e imperiosa necessidade de mostrar no mínimo uma cena caliente de sexo (acho estranho isso...).

Guardo em meu mais profundo íntimo uma plena identificação na contestação de inúmeros hábitos e tradições da sociedade humana, a exemplo da personagem Emília dos livros de Monteiro Lobato, onde aprendi minhas primeiras letras. Em paralelo, até por uma questão de caráter, e também da atividade jornalística, onde convive-se no dia-a-dia com opiniões contrárias, acredito piamente no embate das idéias como fator de crescimento individual e coletivo, e lamento profundamente o silêncio dos que se sentem agredidos pela postura dos críticos da Igreja Católica. Há flagrante omissão, é uma fuga e um comportamento galináceo dos católicos brasileiros nesse assunto, em que comprovam o horror atávico aos temas polêmicos, o que também não deixa de ser uma autêntica hipocrisia.

Assim não dá, meus caros amigos a favor ou do contra, eu não sou lobo e nem vocês ovelhas, mas vocês estão turvando as águas dos rios da vida. Não é possível viver em cima do muro e conviver, sistematicamente, com uma no cravo e outra na ferradura.

Richard Jakubaszko
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